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segunda-feira, maio 13, 2013

"Mães que mudaram o mundo" Por Edgard Steffen

Ilustração: Albert Herter, The Bouvier Twins

Quando pensei numa crônica para o dia das mães, andei percorrendo as escrituras sagradas. Busquei mães que fizeram diferença. Não me detive nas figuras de Eva e Maria alfa e ômega das mães bíblicas. São figuras femininas que até agnósticos e religiosos não cristãos conhecem de sobejo. Nas genealogias predominavam referências ao pai. Fulano filho de Beltrano.
O nome oficial de Jesus seria Yoshua Ben Yoseph (Jesus filho de José).

Antes de você continuar lendo estes escritos, quero lembrá-lo (a) de que a Bíblia não é livro histórico. É religioso. Para cristãos e judeus a estes, pelos escritos que fazem parte da Torah são textos inspirados pela Divina Vontade e trazem regras de fé e prática. Para os que não creem apenas coletânea de histórias colhidas pela tradição oral e, muito tempo depois, copilado, guardadas e preservadas para objetivos de religião.

O que ninguém pode negar é que Bíblia é livro modelador da civilização judaico-cristã. O Decálogo (Velho Testamento) e o Mandamento do Amor (Novo Testamento) moldaram e moldam o que somos na Civilização Ocidental, em que pesem violações das regras. A cega obediência às leis de Javé deu aos judeus uma "pátria portátil" (Heine), que resistiu ao cativeiro na Babilônia, ao domínio de Roma, à diáspora, aos progrons de Stalin e ao holocausto de Hitler.

Há os que acusam de ser obra machista. Alguns enfoques parecem lhes dar razão. Tirar a mulher da costela do macho, atribuir a ela responsabilidade pela desobediência que os expulsaria do Paraíso, e afirmação de que ele deveria dominá-la é puro machismo. Na realidade, os textos foram escritos em épocas em que as mulheres eram dotadas de poucos, ou nenhum direito.

A primeira grande figura materna que aparece no povo hebreu é Sara. Seu marido Abraão é venerado pai de três religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo. Se o Patriarca é considerado pai de três religiões, Sara é mãe de duas. Como a esposa não engravidava, Abraão coabitou com a egípcia Hagar, que gerou a Ismael. Dos ismaelitas surgiria o Islã. Sara, por obra da Providência, conseguiu engravidar na velhice. Deu à luz Isaque, que tomou por esposa a bela Rebeca. Esta engravidou dos gêmeos Esaú e Jacó. Por um prato de lentilhas, Esaú venderia a primogenitura a seu irmão. Este, mudado o nome para Israel, daria origem ao povo israelita e, por consequência, ao judaísmo e cristianismo.

Outras grandes mães aparecem no Êxodo: Joquebede e Hatsepsut (1613-1458 aC). A primeira mãe biológica em vez de lançar seu filho às águas, conforme determinara édito do Faraó, colocou-o num cesto de junco. O segundo protótipo de mãe adotiva tirou-o do Nilo, criou-o na corte do Egito e o chamou Moisés ("tirado das águas").

Ser estéril era desonra para a hebréia. Duas Anas (ou Hannahs) foram destacadas mães. A primeira citada no I° Livro de Samuel, com a mesma fé que orou para engravidar, entregou seu filho Samuel para os serviços sacerdotais. A segunda (não mencionada na Bíblia) era esposa de Joaquim e mãe da Virgem Maria, segundo a Igreja Católica.

Outra estéril viria a engravidar de seu marido (Zacarias). Sentiu imensa alegria ao ser visitada por sua prima Maria. Isabel daria à luz João Batista. Além da origem, outro ponto comum une a história dessas mulheres: todas desejaram a gravidez e amamentaram seus filhos. Em tempos inóspitos de grande mortalidade infantil, seus abençoados rebentos sobreviveram para conduzir importantes episódios da História da Humanidade. (Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul)

Texto do médico pediatra, Edgard Steffen

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