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segunda-feira, maio 13, 2013

Estudo aponta diferenças entre irmãos gêmeos

Gerd Kempermann
O professor Gerd Kempermann, do Centro de Terapias Regenerativas da Universidade de Tecnologia de Dresden, na Alemanha, falou sobre uma pesquisa realizada com ratos.

O senhor acha que esse estudo definitivamente mostra que o ambiente molda mais o comportamento humano do que os genes?

Não. Antes de tudo, nós temos estudado ratos. Isso nos permite desenvolver hipóteses sobre a situação humana, porque estamos lidando com mecanismos que foram presumidamente conservados na evolução, mas fazer extrapolações diretas é muito problemático. Haverá diferenças, mas estamos convencidos de que o princípio se manterá.

Em segundo lugar, tanto os genes quanto o ambiente moldam a personalidade. Isso é bem conhecido. Mas a parte ambiental tem um componente que atualmente é bastante misterioso. O mesmo ambiente pode ser experimentado de forma muito diferente por diferentes indivíduos e levar a comportamentos bastante diversos no futuro. Então, embora o ambiente seja o mesmo, a resposta pode ainda ser diferente e, como resultado, também serão diversas as consequências que um ambiente igual exerce em longo prazo. No nosso experimento, tanto os genes quanto o ambiente foram mantidos iguais. Ainda assim, a individualidade, tanto em relação à plasticidade cerebral quanto ao comportamento, emergiu.

Muitos pesquisadores têm estudado gêmeos. Quais as principais diferenças do trabalho atual em relação aos já publicados?

É que estudamos ratos, nos quais pudemos medir diretamente a plasticidade cerebral. Nós pudemos fazer um link direto entre a geração de novos neurônios e padrões particulares de comportamento que fomos capazes de monitorar com alta precisão e acompanhar isso em longo prazo. Isso não seria possível como humanos. Além do mais, em estudos com gêmeos, você tem apenas dois indivíduos geneticamente idênticos. Nós tivemos 40 ratos na gaiola. Então, tínhamos muito mais indivíduos para comparar.

Se os ratos compartilham o mesmo DNA e foram criados juntos, com os mesmos estímulos, o que influenciou suas escolhas iniciais? Por que, antes do surgimento dos novos neurônios, um já preferia se envolver com muitas atividades, enquanto outro era mais passivo?

Não poderia ser genético, porque seus genes eram idênticos. Mas diferenças epigenéticas muito pequenas, que são diferenças no estado do DNA que determinam qual gene pode ser lido e qual não, podem ter induzido as pequenas mudanças iniciais. Mas, o mais importante, ao longo do tempo os ratos tornaram-se cada vez mais diferentes. Então, isso não pode ser apenas devido às diferenças iniciais. A experiência e o comportamento individual deve ter desempenhado um papel.

Quais as principais aplicações do artigo?

Provavelmente, os outros é que devem julgar. Nós achamos memorável demonstrar uma ligação direta entre comportamento e plasticidade cerebral no nível do indivíduo. É como dizemos no fim do artigo: "O presente paradigma serve como um modelo animal para entender como a forma que vivemos nossas vidas nos faz sermos quem são". (Fonte: Diário de Pernambuco)

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