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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Jaroslaw Kaczynski em luto

Jaroslaw Kaczynski foi primeiro-ministro da Polônia entre 2006 e 2007. Lech Kaczynski foi presidente do país até 10 de abril de 2010, dia em que faleceu num acidente aéreo. Os gêmeos Kaczynski nasceram em Varsóvia dia 18 junho de 1949.

Uma das cenas mais comoventes da tragédia nacional polonesa: de joelhos, Jaroslaw Kaczynski sussurra palavras diante do caixão de seu irmão gêmeo pouco depois de o corpo do então presidente ter retornado da Rússia. A imagem de luto gerou uma torrente de simpatia pelo ex-primeiro-ministro, que havia chegado ao topo da política polonesa ao lado do irmão.

Agora, começam os questionamentos sobre se a angústia está afetando a capacidade de julgamento do irmão vivo. O luto nacional poderia garantir a Kaczynski uma vitória na corrida pela presidência após a morte do irmão. Apesar disso, ele foi derrotado e desde então chocou a nação culpando Moscou pelo acidente e acusando oponentes políticos de terem sabotado a segurança do voo. Os gêmeos Kaczynski captaram a atenção na Polônia por décadas.

Eles ficaram famosos como estrelas mirins do cinema, aconselharam Lech Walesa quando ele passou de ativista pela liberdade para presidente e atuaram simultaneamente como presidente e primeiro-ministro. Agora o espetáculo de um ex-líder envolvido em teorias conspiratórias fez a dupla novamente voltar à pauta na Polônia.

"Ele se comporta como se não tivesse superado o choque depois do acidente. Ele ainda está na segunda fase do luto, a fase da revolta, da oposição" afirmou Janusz Czapinski, uma psicóloga social.

Dez meses depois do acidente, que matou ainda outras 95 pessoas, Kaczynski ainda aparece com ternos escuros e gravatas pretas e regularmente deposita coroas na tumba do irmão, no palácio presidencial ou em outros lugares que se tornaram memoriais do ex-líder.

Alguns veem as acusações de Kaczynski como realizadas por um irmão devastado, ainda de luto. Outros suspeitam que isso seja uma estratégia calculada para ganhar votos, incitando a base nacionalista antes das eleições parlamentares previstas para outubro deste ano. Cada vez mais, porém, questões são levantadas sobre a saúde mental do político de 61 anos.

Se o comportamento excêntrico é parte de uma estratégia, ela parece estar funcionando. Pesquisas de opinião mostram que o Partido Lei e Justiça mantém apoio em torno de 25%, suficiente para manter Kaczynski como uma força relevante na política polonesa, mas não para ele voltar ao governo. Mesmo os críticos mais ferozes de Kaczynski não questionam seu sofrimento.

Os irmãos estavam constantemente em contato, tendo falado em um telefone via satélite minutos antes do acidente. "Eu penso em meu irmão centenas de vezes ao dia. Pode-se dizer que eu não esqueço dele em nenhum momento. Eu perdi um irmão gêmeo. Apenas quem é gêmeo pode entender o que isso significa" disse Kaczynski em uma recente entrevista.

Monika Scislowska e Vanessa Gera / Tribuna do Norte

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