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sábado, fevereiro 19, 2011

"Leonardo e Rafael" Por Rodrigo Lagreca

“Quero falar de como eu me sinto e me vejo no papel de pai do Leonardo e do Rafael. Olha, é difícil expressar isso. Posso começar dizendo que tudo o que eu faço hoje, no trabalho, nos planos de vida, nas pequenas coisas (como uma viagem, um almoço, ida ao shopping, ida ao parque) é feito pensando antes de tudo em como eles vão estar incluídos.  

Os meninos estão antes e acima de todo o resto. Apesar das pessoas me falarem que sou um pai participativo, eu sempre acabo ficando com a impressão que poderia fazer muito mais.

Eu sempre (até eles nascerem) trabalhei em casa, à noite, nos finais de semana eventualmente. Hoje, nem pensar! Esta semana ainda eu recebi às 18hrs um e-mail importante de trabalho no celular, e pela relevância do assunto resolvi abrir o computador.

Bem na hora, os meninos estavam se exibindo pra gente, caminhando seis ou mais passos, e eu perdi isso. Além do assunto do e-mail ser um porre, eu me vi sem opção na hora, e perdi de dar atenção e incentivar os meninos. Senti-me um pai de última. Passada a overdose de culpa, desliguei o computador, mandei o assunto às favas, e encontrei de novo a alegria ao olhar o Rafael gargalhando e abrindo os bracinhos para que eu o segurasse.

Realmente, ser pai deles não tem o que pague. Quase sempre nos perguntam (ou comentam) “como você aguenta ser pai de dois?” ou “coitados de vocês” (sem entrar no mérito do que “coitado” quer dizer, literalmente). Quer saber o que eu respondo, como default? “Eu durmo menos, mas sou mais feliz”.

Ficam calados! A Carol se incomoda mais, eu não ligo. Acredito que as pessoas não fazem por mal, mas eu realmente recuso oferta de pena, seja por qual motivo for. O segredo é sempre olhar para metade cheia do copo, e fazer graça com isso.

Sábado passado levei o Leonardo às 6 horas da manhã no PA aqui perto de casa, com uma crise de tosse e inflamação na garganta. Ao chegar lá (dos recepcionistas aos médicos, todos nos conhecem pelo nome), a Dra. A. falou: “Ué, o Rafael de novo??” com seu sotaque baiano. Não Dra., é o irmão dele!

O resto vocês podem imaginar – nossa, como são iguais! Como vocês sabem quem é quem?? Etc., etc. O fato mesmo é que não troco estar com eles por nada. Minha família vem sim antes de tudo, e não tenho vergonha de dizer.

Penso também em como vai ser quando eles crescerem, como vai ser a vida deles no colégio, depois na faculdade, depois vão querer sair de casa, vão casar, ter seus filhos... eu penso nisso tudo, mas ainda é como se fosse um filme, daqueles que a gente começa a assistir depois que começou, sem saber ao certo se está conseguindo acompanhar o que acontece, se está entendendo...

Bom, era isso. Pra quem conseguiu ler até aqui, recebam meu abraço e carinho!” Rodrigo Lagreca é marido de Caroline Passuello já mandou seu relato pra cá.

São Paulo / SP

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