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sexta-feira, março 25, 2011

"Retrovisor" Por Flávio Salles

"Meus Filhos,

Estávamos voltando de uma festinha e pegamos um trânsito danado. Quando olhei pelo retrovisor, estavam todos dormindo, vocês dois em suas cadeirinhas e a mamãe no meio, cochilando. Uma visão tão linda que me fez pensar em tudo o que aconteceu para estarmos ali. Pensei no dia em que, no meio de uma boate, virei para sua mãe e disse: “Eu gosto muito de você”. Naquele momento, eu já poderia dizer: “Vamos morar juntos? Vamos abrir uma empresa? Vamos fazer uma festa inesquecível de casamento e ter dois filhos lindos?”

Naquele dia, estava dizendo – quase tudo – isso para ela. Ainda bem que não disse. A primeira frase foi assustadora o suficiente. De uma verdade assustadora que, na hora, fez o papai tomar um ‘toco’, mas que, depois, aos poucos, materializou isso tudo até a chegada de vocês. Há um ano.

Um ano intenso, no qual nosso amor se multiplicou para mais duas pessoas, em que aprendemos milhares de coisas, morando em uma casa nova, soterrada de brinquedos. E as noites? Papai passou a dormir antes das onze e a acordar totalmente zumbi. Já mamãe passou a ter insônia e acordar no meio da noite, voando como um raio para preparar as mamadeiras. Passamos a ter a casa cheia de braços sempre dispostos a nos ajudar.

No último feriado, quase que o papai foi para o escritório abrir uns e-mails, montar umas propostas, atualizar umas planilhas, enfim, dar uma relaxada. Mas, foi tudo maravilhoso. Agradeço por todos os sorrisos, os choros, as fraldas, as manhas, os passinhos, as quedas, os carinhos, as horas acordadas e as não dormidas.

Agradeço até por este trânsito que me fez olhar para trás. Tiro a vista do retrovisor e olho pra frente. O sinal está aberto. De dentro dos meus pensamentos, ouço uma vozinha: “Andou, papai”. Sorrio e sigo em frente.
Beijos do pai, o motorista embevecido"

Crônica adaptada de Flávio Salles, extraída do livro Pai Crônico – escrito para seus filhos gêmeos: Marina e Pedro. Com a autorização do autor, reproduzi a crônica acima por considerar a essência do livro. Mas ela não resume tudo o que Flávio escreve e descreve com tanta sensibilidade, senso de humor e leveza.



Comecei a ler e não conseguia parar. Foram três horas gratificantes. Chorei, aprendi e gargalhei a cada crônica. Apaixonei-me pela família. Roberta Salles é uma mulher/parceira/mãe que merece respeito. Alguns parágrafos me fizeram parar, respirar e reler. Um deles encerra este post:

“Pois é filhos, é o que o papai quer que vocês saibam. Eu quero sempre estar por perto. Errando ou acertando, mas fazendo o que acredito ser o melhor para vocês. Não abro mão disso por nada deste mundo. Sua mãe pode se cansar de mim, raptar vocês, leva-los para o Tibete que eu estarei lá, nem que seja quietinho, de pernas cruzadas, barriga pra fora, disfarçado de Buda”
(@paicronico)

Um comentário:

  1. Olá Jemima,
    voce precisa conhecer estes gemeos:
    http://www.facebook.com/OnassisKennedyOnassis

    Abraços,

    Willy

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