Segundo casamento. Do primeiro ganhei de presente duas filhas: Amanda, hoje com 19 e Flávia, 16. Nas duas gestações passei tão mal com enjôos 24hs que muitos duvidavam de minha coragem de encarar mais uma. Mas, sempre tive vontade de ter mais filhos. Gravidez, apesar dos 4 meses serem passados entre soro na veia e inúteis doses de plasil, me faziam a mulher mais feliz do mundo. Amava as minhas barrigas, curtia escolher as roupinhas, fazer o quarto...
E assim, já com 42 anos de idade e com as primeiras gestações conseguidas através de inseminação artificial, jamais acreditava na possibilidade de vê-la crescer novamente. Era um sonho longínquo, mas que sempre povoava meu inconsciente.
Surpresa 1: Um belo dia descubro que estou novamente grávida! Todos ficaram muito felizes. Começamos a curtir a futura presença de mais um membro na família. Seria do tipo “os meus, os seus, os nossos” já que meu marido tinha também uma filha do primeiro casamento.
Surpresa 2: Com poucas semanas de gestação, aborto espontâneo. Exame anatomopatológico revela um problema de má formação genética que impediria o prosseguimento da gravidez. Tristeza imensa de todos...Só que agora, aquilo que era sonho vira idéia fixa e tudo o que mais queria na vida era conseguir engravidar de novo. O tempo passou até que...
Surpresa 3: Conseguimos novamente! Aos 42! Sem interferência de métodos artificiais. Uma vitória e tanto!
Começamos a curtir cada momento como único até chegar o dia do ultrassom. Vamos ver o bebezinho! Minha filha mais nova, então com 11 anos, nos acompanhou ao laboratório. Ela estava curtindo tanto quanto nós a chegada de um bebe na casa. Meu marido, sempre muito brincalhão, enquanto o médico passa o gel na barriga comenta despretensiosamente: “Doutor, vou chutar: acho que são 3” Eu nem liguei. Estou acostumada com as brincadeiras dele. O médico olha e responde: “O Sr. chuta bem. Errou por 1” “Porque, são 4?”
Nessa altura eu já nem acreditava no teor da conversa ‘non sense’ dos dois. Será que dá pra fazer logo o exame?! Ele : “Não, são 2”. Eu reagi como: “Até parece!!” “É sério! A senhora acha que eu iria brincar com uma coisa dessas?!” esbraveja o médico. E então, a próxima frase que me lembro de ter ouvido foi a da enfermeira: “A Sra, está bem? Tem certeza de que pode ir para casa?”
Hoje, meus queridos gêmeos estão com sete anos e entendo quando viam aquele barrigão na rua e me diziam: “ É uma benção, é uma benção...” @ligiamarqs
Ligia Marques e Gabriel são pais dos gêmeos univitelinos Rubens e Vinicius Marques Sayegh
São Paulo / SP
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