“Quando conheci meu marido (Bruno), colocamos no papel as prioridades: faculdade, trabalho, casamento e filhos. No casamento passamos por momentos difíceis, rompemos, voltamos e então resolvemos ter uma segunda lua de mel: Fomos para Parati.Nesta viagem já estava grávida e não sabia. Fiz tudo que uma gestante não pode fazer: mergulhei, levei choque de peixe elétrico, montei a cavalo, desci no tobogã, bebi e comi além da conta.
Um dia, tomando café na pousada, Bruno disse que desconfiava que eu estivesse grávida. Quando voltamos de viagem, fui fazer o exame Beta HCG. Eu não acreditava no resultado positivo. A minha mente não processava. Paralisei com a confirmação da gravidez. Liguei para o Bruno que sorriu ao telefone, de tanta alegria.
Fui visitar minha família na Bahia e encontrei minha avó, Dona Celina Neves Rocha que já teve 21 filhos, inclusive DUAS gestações gemelares. Ela já estava com 99 anos, e quando passou a mão na minha barriga, disse que viriam dois, e que seriam abençoados e amados por todos. Essa foi a última vez que nos vimos: ela faleceu em junho de 2009.
Voltando para o Rio de Janeiro, fui fazer o meu primeiro ultrassom. O médico muito simpático viu duas bolinhas, examinou, viu que se mexiam e falou alto: “Parabéns! Você será mãe de gêmeos!” E eu: O quê???! Comecei a chorar sem parar. Para me acalmar, ele contou que era pai de gêmeas também e que era tudo de bom. Sua assistente dizia que Deus não dá o cobertor menor que o frio.
Estava chorando por que me achava incapaz de cuidar de um, e agora vou cuidar de dois? Saí do médico, sentei numa praça e fiquei alguns minutos pensando no que minha avó havia falado. Quando liguei para o Bruno pra dar a notícia, ele achou que fosse brincadeira e ficou pálido do susto.
Sophia e Leandro nasceram dia 20 de setembro de 2009. Ambos são a nossa razão de existir. Cada momento que descobrem o mundo, é emocionante, é muito gratificante. Minha avó dizia que Deus escolhia as mulheres para serem mãe, sabendo que estas seriam abençoadas, e que quando se é mãe de múltiplos, a benção é dupla.Nossa vida mudou para melhor. Vivemos em plenitude, mesmo com fraldas, choros, birras, mamadeiras e brinquedos espalhados pela casa. Hoje, eles estão com 1 ano e seis meses e cuido deles sozinha, pois nossas famílias moram muito distantes (parte na Argentina e parte na Bahia). Apesar disso, é maravilhoso estar no mundo dos gêmeos! Enfim, obrigada pela oportunidade de contar minha história” @abaiana
Jessica Rocha da Silva e Bruno Aguirre
Contato: jerosil@gmail.com
Rio de Janeiro / RJ
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