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sexta-feira, maio 20, 2011

Palivizumabe - o anticorpo que defende pulmões de bebês

(Lara na UTI Neonatal. Davi, seu irmão gêmeo, não resistiu)

Uma revisão recente na literatura médica, feita por um grupo de especialistas reunidos na Associação Americana de Pediatria, reafirma a eficácia de uma droga clonada em laboratório que pode salvar vidas de bebês prematuros e de crianças consideradas de alto risco nascidas de partos normais, com até 2 anos.

O primeiro grande estudo com o palivizumabe — um anticorpo monoclonal humanizado, obtido em laboratório com uma técnica de rearranjo do DNA — tem mais de uma década e foi produzido por cientistas do Reino Unido, do Canadá e dos Estados Unidos.

A pediatra Miza Vidigal, que trabalha em unidades de terapia intensiva neonatal de hospitais públicos e privados de Brasília (DF), explica que o bebê deve receber cinco doses para assegurar a imunização.

“Como não se trata de uma vacina, mas de um anticorpo monoclonal, é preciso repetir a dose por cinco meses e os custos são muito altos. Uma só etapa do tratamento não sai por menos de R$ 30 mil. Nesse caso, a substância age como uma espécie de soro"
disse Miza.

Miza é uma das poucas especialistas na capital federal a prescrever o uso do palivizumabe. “O ideal era que os bebês atendidos fossem acompanhados por meio de um protocolo específico. Distribuir o medicamento sai muito mais barato para o estado do que manter a criança numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, acrescenta.

Foi graças ao medicamento que a pequena Lara Barros Barbosa, de 6 meses, está viva, apesar de a Secretaria de Saúde de Brasília não fornecer a droga a hospitais da rede pública. Lara nasceu com 26 semanas, pesando 1,125kg; e seu irmão gêmeo, Davi, com 1,135kg.

“Eles foram direto para a incubadora. Davi não resistiu, mas Lara, sim, depois de ficar 76 dias na UTI”, lembra Michelle Simonela Barros Barbosa, mãe da pequena.

Outras investigações sobre o uso do anticorpo em prematuros de risco mostram que a droga reduziu a incidência de hospitalização relacionada ao vírus sincicial respiratório em 70% no Brasil. (Fonte: Diário de Pernambuco)

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