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segunda-feira, outubro 29, 2012

Debate sobre Saúde e Ética (JN)

Médicos debatem limite de idade para uma mulher ter filho com segurança.

A notícia de que uma brasileira realizou o sonho de ser mãe aos 61 anos, provocou um debate sobre saúde e ética.

O casamento aos 40. A gravidez que só veio depois de oito anos. “Eu tinha vontade de ser mãe”, conta a professora aposentada Maria José Poli. Com muita ajuda da ciência, as gêmeas Victoria e Virginia nasceram, e logo se acostumaram a ouvir que os pais parecem avós.

Semana passada, Antonia Letícia deu à luz aos 61 anos. Já na menopausa, a paciente recebeu óvulos congelados dez anos antes. A idade deixa o endométrio atrofiado. A paciente teve que tomar doses extras de hormônio para fortalecer a membrana que fica na parede interna do útero, e, assim, fazer com que ela suportasse os embriões.

Uma hipertensão antecipou o parto, e os bebês de Antonia Letícia nasceram de sete meses: a menina com 900 gramas, e o menino com pouco mais de um quilo. “Acho que a idade não é um fator de limitação. Acho que o fator de limitação é o histórico clínico da mulher”, avalia Orlando de Castro Neto, obstetra de Antonia.

Será que o sonho de ser mãe e a beleza indiscutível da maternidade justificam os riscos de uma gravidez tardia? Médicos divergem. Alguns perguntam se não seria o caso de se estabelecer um limite, ou pelo menos uma recomendação, para que não seja feita reprodução assistida em mulheres com certa idade, com mais de 50 ou 55 anos, por exemplo.

“Eu acho que é chegada a hora de o Conselho Federal de Medicina, assim como outras normas que estão sendo recentemente discutidas da reprodução assistida, colocar também em pauta um limite de idade para que as pacientes possam fazer uso da ovo-doação”, opina Arthur Dzik, da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Por enquanto não existe nenhum impedimento na lei, e as mulheres podem ter filhos quando quiserem.

“Eu acho que cada caso tem que ser analisado individualmente. As mulheres tem que saber dos riscos que a gravidez traz - muito mais aos 60 anos, e tomar decisão por si próprias”, conclui Newton Eduardo Busso, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo.  

Reportagem de Rodrigo Alvarez / Jornal Nacional

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