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terça-feira, janeiro 08, 2013

"João e Miguel" Por Maria Souza

“Tenho três filhos: Pedro de 4 anos e os gêmeos bivitelinos, concebidos naturalmente: Miguel e João completarão 2 anos no próximo dia 25/01.

Quando estava perto do meu filho mais velho completar 2 anos, eu e meu marido (Eduardo) decidimos que estava na hora do segundo filho. Como na 1ª gestação tive uma suspeita de embolia pulmonar, tomamos os cuidados de fazer um check-up antes de engravidar novamente. Depois dos exames realizados, tiramos o DIU e começamos com o ácido fólico.

Depois de 3 meses de ansiedade e um teste de farmácia positivo, fui fazer um exame de sangue para confirmar a gravidez. Enquanto eu aguardava tranquilamente o resultado desse exame, fiz um ultrassom recomendado pelo médico. E para minha surpresa ele disse: “Mamãe, tem dois corações batendo aqui”

Eu não sabia se ria ou se chorava. Tremendo de felicidade, liguei correndo para o Eduardo e pedi para ele me buscar. Apesar dos cuidados preventivos para evitar uma trombose (eram duas injeções diárias de clexane), a gestação correu bem até o sétimo mês, quando os gêmeos começaram a ficar com diferença de peso.

Na 35ª semana, dia 25 de janeiro de 2011 (aniversário da cidade de São Paulo), às 05h00 da manhã, eu percebi um vazamento de liquido anormal. Fui para o hospital com a esperança de que se ficasse de repouso poderia aguentar mais uma semana, mas enquanto dávamos entrada no hospital, a bolsa rompeu de vez. Devido as injeções de clexane, deveríamos esperar até as 22h00 para o parto, pois só poderia tomar anestesia quando o anticoagulante perdesse o efeito. As 18h00 começaram as contrações que foram controladas. As 21h45 eu já não aguentava mais, e com dilatação total fui levada rapidamente para a sala de cirurgia.

A minha médica me abraçou e perguntou se eu queria parto normal, não consegui pensar direito, mas disse que não .... Ainda bem, pois havia um nó verdadeiro no cordão umbilical do Miguel, o que justificava a diferença de peso do irmão. Já sabíamos que o Miguel iria para a UTI Neonatal para ganhar peso, pois nasceu pesando 1.940. Ele ficou lá por 15 dias. O João ficou 20 dias na UTI devido a dificuldade respiratória.

Aos 4 meses descobrimos que o Miguel tem microcefalia* e apesar de vários exames, com diversos especialistas, ainda não sabemos a causa. O que ele apresenta até o momento é um leve atraso no desenvolvimento motor. E para o futuro, bem....ninguém sabe o que nos reserva, não é?!

O que o presente vem nos mostrando é que existe uma ligação muito forte, não só dos gêmeos, mas entre meus três filhos. Sinto-me muito abençoada pela oportunidade de viver a experiência da maternidade, com seus encantos e desencantos. Sou grata por viver para sempre ‘prendida na maternidade’, nome do meu blog” Maria Souza / Contato: mazexsouza@gmail.com

São Paulo / SP

*Microcefalia é uma condição neurológica em que o tamanho da cabeça é menor do que o tamanho típico para a idade do feto ou bebê. Também chamada de Nanocefalia, constitui-se no déficit do crescimento cerebral, quer pelo pequeno tamanho da caixa craniana, quer pelo diminuto desenvolvimento do cérebro. A microcefalia pode ser congênita, adquirida ou desenvolver-se nos primeiros anos de vida. Ela pode ser provocada pela exposição a substâncias nocivas durante o desenvolvimento fetal ou estar associada com problemas ou síndromes genéticos hereditários.

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