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quinta-feira, maio 02, 2013

"A coragem de Jason Collins" Por Fábio Sormani

(Os gêmeos Jason e Jarron Collins nasceram dia 2 de dezembro de 1978 nos Estados Unidos. Ambos já atuaram na NBA) 

(Em 29 de abril de 2013, Jason declarou sua homossexualidade publicamente)

Os playoffs da NBA estão a todo o vapor, mas uma notícia fora das quadras ganha manchetes em letras garrafais. Manchetes em letras garrafais, discussão na mídia, entre os torcedores e no seio de jogadores e staff técnico da liga norte-americana. O pivô Jason Collins, há 11 temporadas na NBA, declarou à revista "Sports Illustrated" ser gay. Disse ele em um depoimento ao magazine esportivo norte-americano: "I’m a 34-year-old NBA center. I’m black. And I’m gay".

Traduzindo partes de suas falas, destaco o seguinte: "Não tinha a intenção de ser o primeiro atleta assumidamente gay em uma grande liga norte-americana. Mas já que sou eu, fico feliz por iniciar o debate". O que isso significa? Por que esse assunto merece tanta manchete? Afinal de contas, o mundo de hoje está muito mais tolerante e o casamento gay, por exemplo, é reconhecido em um bom número de países. No universo esportivo, no entanto, esse assunto é tabu. Basta ver no futebol, esporte mais popular do planeta, onde sabidamente há muitos jogadores gays, mas nenhum deles assume publicamente sua sexualidade.

Fazê-lo é admitir levantar bandeira que exige estofo intelectual e emocional que poucos têm, especialmente num universo onde a esmagadora maioria dos atletas não tem qualquer instrução. Assumir ser gay é receber um carimbo que não é bem visto. Aqui no Brasil, dois jogadores de vôlei admitiram publicamente ser gay. Lilico, que faleceu por conta de um AVC há seis anos, foi o primeiro atleta na modalidade a assumir sua preferência sexual contrariando o status quo. Mas, segundo ele, isso lhe custou oportunidades na seleção brasileira.

Mais recentemente, Michael, jogador do Vôlei Futuro, reconheceu publicamente ser gay. Foi insultado pelos torcedores do Cruzeiro, num jogo em Belo Horizonte. Foi chamado de todos os sinônimos relativos a gay. Como disse, esse tema é tabu no esporte. Torcedor não perdoa. Persegue. É intolerante — e por isso ignorante. Nos EUA, a sociedade discute mais abertamente essas questões. Não creio que Jason Collins seja perseguido por ter assumido ser gay. Não passa pela minha cabeça torcedores fazendo o que alguns obtusos torcedores do Cruzeiro fizeram com Michael. A NBA está muito atenta a essas questões, diga-se.

Kobe Bryant, há duas temporadas, xingou um árbitro e foi multado em US$ 100 mil. Reconheceu publicamente seu erro e desculpou-se com o árbitro, liga, companheiros, adversários e fãs. Recentemente, Kobe tuitou o seguinte: "Orgulho de Jason Collins. Não esconda quem você é por causa da ignorância dos outros". Parece ter se conscientizado do erro e que o mundo atual tem que combater preconceitos.

Collins é free-agent. Não creio que ele deixará de encontrar time por ser gay. Ele pode ficar de fora da próxima temporada porque não passa de um jogador fraco, que esta temporada, por exemplo, ganhou apenas US$ 854.389,00. Collins é um jogador mediano, mas é corajoso. Por Fábio Sormani / Portal Terra

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